Me parece reacesa a vontade de homens e mulheres em contrair matrimônio e de constituir família sob os pilares fortes de um casamento! Essa faculdade, antes fadada ao esquecimento, se mostra cada vez mais forte na sua retomada de condição imprescindível da tradicional vida em sociedade, trazida dos séculos passados. O milênio que começou propulsionado com novas filosofias alternativas de vida, viu aos poucos seu cenário ser alterado culminando na recuperação gradativa de alguns valores humanos que até ontem eram irrecuperáveis. O casamento durante muito tempo teve seu conceito relacionado ao de instituição falida, porém hoje reescrevemos esse conceito, melhor voltamos a utilizar o velho e "ultrapassado" conceito.
Uma das mais importantes etapas da vida se resume a constituir família, e para isso deve-se escolher o parceiro ideal que possa ajudar a desempenhar essa gratificante tarefa. Independentemente da religião, ou até da ausência dela, o ser humano que visa formalizar a sua união com outra pessoa, o faz de maneira pública com total liberalidade e consentimento. Sendo assim, nada melhor que o faça em uma cerimônia cercada pelas pessoas que mais ama.
Na semana que se passou pude testemunhar que esse pensamento que aqui exponho, está novamente se tornando frequente entre as pessoas. Não só a ideia de casar, mas também de se tornar fiel ao companheiro, mostrando à sociedade de que essa é uma vontade uníssona e intocável.
É provável que quem esteja lendo esse texto não tenha lido alguns anteriores de minha autoria. Pois bem, se não o fizeram deixo claro que apesar de ter sido batizado como católico, não me identifico com nenhuma religião, contudo tenho um profundo respeito por quem é devoto de alguma.
O fato é que estava eu no altar de uma igreja ao lado de um padre e de outras pessoas celebrando a união religiosa de amigos por quem tenho muito carinho e apreço. Fiz isso com uma alegria e satisfação muito grande, pois fora escolhido pelo casal para os apadrinhar nessa nova etapa de suas vidas.
Enquanto estive ali ao lado deles passou em minha mente um pensamento que parece comum nessa situação, me imaginei na condição de noivo em vias de se tornar marido de minha mulher. É claro que com uma noiva diferente, não digo que a noiva que ali estava não fosse bonita e não tivesse muitas outras qualidades, mas ela já tinha encontrado seu parceiro perfeito. (Hehe)
Creio que assim como eu, muitos ali presentes fizeram essa suposição também. Alguns ficaram emocionados ao imaginar, outros levemente invejaram, e alguns tomados por um machismo momentâneo dirão que não pensaram em tamanha tolice. Convenhamos amigos que esse é um pensamento quase que inevitável, assim como é comum, guardadas as devidas proporções, quando imaginamos sermos nós a atração principal de um velório, o morto. No entanto aqui eu falo de uma etapa feliz de nossas vidas, não sobre o final dela.
Embora me considere muito jovem no auge dos meus 27 anos e consequentemente assim me considere "novo" para contrair matrimônio, não posso deixar de ressaltar que esse pensamento não tem muito sentido ou relevância que possa ser defendido em um debate em prol do não-casamento. Quando digo que me considero "novo" para um casamento, não posso esquecer de que meus pais se casaram ambos com 25 anos, com dois anos a menos que a idade que hoje possuo. Prematuro? Talvez, mas para a sociedade em que eles viviam, que definitivamente não é a mesma em que vivemos hoje, era muito comum.
Uma das frases mais clichês de todos os tempos talvez seja: "Para o amor não existe idade!". Mesmo que ela esteja difundida aos quatro cantos do mundo, até com uma conotação diversa daquela para qual foi criada, posso dizer que para o casamento, e especificamente esse que mencionei ter sido testemunha, ela é perfeitamente aplicável. Esse grande amigo casou com idade inferior a minha, e a felicidade que estampava em seu rosto não me deixara dúvida de que ele tomara a decisão correta.
O grande pensador alemão Arthur Scopenhauer ficou mundialmente conhecido por ter posições muito definidas em desfavor do casamento, mas tinha pensamentos muito significativos em favor da felicidade, disse ele: "Quando a felicidade se apresenta devemos abrir-lhe todas as portas porque jamais foi considerada inoportuna." Verdade irretocável.
Quero dizer que quando encontramos a nossa "metade da laranja", a "tampa da panela", em suma; a pessoa certa, não há porquê esperar. É melhor nos arrependermos por termos falhado na nossa tentativa, do que nunca termos tentado. Não nos esqueçamos de que o amanhã é incerto, e se ficarmos dependentes dele, pode ser que ele nunca chegue. Está em nossas mãos iniciar a nossa própria família, bem como está em nossos dedos adiar uma eternidade ao lado de quem amamos. Sim o amor pode durar a eternidade, até depois da morte, foi por isso que a frase final dita pelo padre na cerimônia: "até que a morte os separe" foi substituída por; "todos os dias da nossa vida"!
Dedico aos meus amigos Tadeu e Éllen!
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