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sexta-feira, 27 de junho de 2014

Peripécia

Na Grécia antiga, mais precisamente nos anais da famigerada tragédia grega, muitas histórias se perpetuaram e serviram de exemplo para a atual sociedade. As histórias de Aquiles, Hércules, Agamenon, entre outros personagens, sempre me fascinaram. Aliás, fora assim com qualquer história vinculada à mitologia grega (não nego uma infância de muitas e muitas horas reservadas para um desenho chamado "Os cavaleiros do zodíaco). 
Os gregos se utilizavam do termo "peripécia", difundido por Aristóteles para definir uma mudança radical na situação sob a perspectiva do correto em relação ao errado. Ou seja, um clássico exemplo de peripécia ocorre quando o herói de uma trama descobre que tudo aquilo que havia feito, que tudo aquilo pelo qual havia lutado, fora em vão, que aquilo que achava ser correto na realidade era errado.
Muitos de nós não somos heróis declarados, ou identificados com um emblema em nossas camisetas, no entanto sobreviver em sociedade está se tornando um tarefa digna de história em quadrinhos. Contudo não vou narrar aqui essas façanhas travadas no nosso cotidiano, deixemos para outra oportunidade.
Usei esse título para a postagem, pois quer fazer uma analogia não muito conexa, mas que provavelmente você entenderá. Muitas vezes fazemos, e continuamos fazendo coisas erradas, não porque queremos  ou sabemos que está errado (algumas vezes queremos e sabemos), mas porque alguém pediu ou ordenou que fizéssemos. Depois de fazê-las ficamos pensando se deveríamos ter feito, se era melhor ter ido contra esse pedido e ter deixado de fazer. Infelizmente aí é tarde demais, só resta lamentar.
Eu proponho uma discussão sobre os nossos atos corriqueiros sob uma perspectiva "tragicamente grega". Sabe aquela vontade de largar tudo que se está fazendo e sair viajando pelo mundo? Essa não é uma vontade exclusivamente sua, posso garantir que pelo menos metade das pessoas que você convive tem a mesma vontade. Apesar disso ser verdade, quantas dessas pessoas fazem isso? Nunca ninguém fez um estudo sobre isso, acho que não é um estudo suficientemente "idiota" para entrar nas estatísticas dos famosos estudos britânicos. Mesmo sem um prévio estudo, garanto que menos de 1% das pessoas faz realmente o que quer na vida.
Nós sabemos diferenciar o certo do errado, pois a sociedade pré estipula um conceito de ambos, e esses conceitos são um consenso quase unânime entre as pessoas. Eu também sou uma dessas pessoas, afinal minha profissão depende da expressão literal desse conceito, para executar meu trabalho me baseio nas leis às quais devem ser seguidas pela sociedade. Mas se alguns conceitos de certo e errado foram deturpados ao longo dos anos? Não falo da dicotomia do bem e do mal, provocada pelo antagonismo de seus significados, mas sim do desconhecimento de tudo que fazemos de errado achando estar certo, ou o contrário. Digo que está na hora de tomarmos atitudes condizentes com nossos desejos, de "chutar o balde".
Não peça licença para fazer o que quiser, simplesmente faça! Só não vá iniciar uma 3ª Guerra Mundial, saiba distinguir suas atitudes, desde que sua felicidade não comprometa a existência humana. (Hehe)
É claro que se essa iniciativa radical implicar em algo terrível para outra pessoa, é melhor que pensamos duas vezes antes de tomá-la. Lembre-se que no caso de um relacionamento amoroso, a felicidade de somente uma das partes não é correto. Portanto não hesite em acabar com algo que não lhe traga felicidade, pois esse é o propósito dessa ideologia.
*Quer ser uma estrela de Rock? Seja!
*Quer ser mãe aos 20 anos de idade? Qual o problema? Seu corpo provavelmente já está pronto para isso desde os 14 anos. "Tá maluco? Minha mãe me mata." (Certo, ela teve você uns anos depois, pois é, ela perdeu a chance de ter convivido com você por mais tempo.)
*Quer surfar as ondas em Pipeline? Tá esperando o quê? (Ah tá, dinheiro. Ok, nada cai do céu, você vai ter que batalhar para isso. Só não vá assaltar um banco!)
É justamente em razão dessa dúvida que cogito a possibilidade de muitos de nós, assim como nossos antepassados gregos e não gregos, estarmos vivendo uma espécie de peripécia do século 21. E se no final de sua vida, em seu leito de morte você der o clássico "olhar para trás" e se der conta que toda, ou parte de sua vida fora uma peripécia. E se existir um pós vida, onde aí sim saberemos de fato o porquê e para que nós existimos? E se nessa ocasião descobrirmos que o que fazíamos era totalmente contrário ao que a vida realmente nos propõe como ideal de certo, justo?
Ao final desse texto percebo o quão longe vou na análise de situações fáticas, sinto que por vezes começo a filosofar exacerbadamente. Que seja, pode ser que toda essa filosofia produzida em um "quarto desarrumado" sirva de inspiração para alguém um dia.

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