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domingo, 8 de abril de 2018

Os interesses da mídia contra a Democracia!


Todos conhecemos um pouco de história, sabemos quem descobriu o Brasil, quem descobriu a
América, que lei aboliu a escravatura, entre outros fatos notoriamente históricos.
O que não sabemos é que há muita informação por de trás de um fato histórico, que há sempre 2 lados de uma mesma história, que de acordo com Napoleão, é escrita pelos vencedores.
Na história da política brasileira não é bem assim, nas últimas décadas há só um lado que escreve a história, e não é o vitorioso, mas sim o lado que tem mais poder econômico.
O lado obscuro da história, que não é transcrito nos livros escolares, deve ser revelado, trazido à tona, mas não será a plutocracia a fazer isso.
Essa imagem deturpada da história não é promovida por quem escreve os livros, mas por aqueles que pagam editoras para eles serem escritos. Esses “historiadores” alteram fatos por interesse próprio, e se aproveitam da acomodação do povo, da falta de recursos de pesquisa, para tornaram esses fatos inquestionáveis e verídicos.
Por isso faz-se mister entender os fatos desde o seu início, e ao final tirar as próprias conclusões.
A história começa muito antes do homem, mas é ele o responsável pelos maiores eventos a que ela destaca. A 2ª Guerra mundial, talvez seja o evento histórico de maior repercussão da história da humanidade, todos conhecem um pouco do tema, todos apontam Hitler como um ditador psicopata que queria exterminar os judeus da face da Terra.
Tal informação está longe de ser falsa, contudo poucos sabem os interesses que havia por trás da intenção da Alemanha Nazista em dominar o mundo. É notório que o poder está atrelado à capacidade econômica, ao poderio financeiro. Durante a 2ª Guerra, diversos bancos, bancários e grandes empresários, que detinham grande parte das fortunas, injetaram muito capital para estruturar todo o exército alemão, e por vários meses, antes da Guerra, espalharam publicidade pelo território alemão, divulgando informações que faziam parecer que o que estava prestes a acontecer era algo bom para o país.
Esse interesse dos grandes bancos investidores, não foi à toa, tinha um propósito muito bem definido. Os ideais dos bancos e grandes empresários casaram muito bem com as ideias nazistas, e juntos sequestraram o patrimônio de diversas famílias judias, o que quase culminou em uma ditadura mundial, não fosse os aliados intervirem.
O aporte financeiro dado por esses grandes “bancos” custeou durante meses a propaganda positiva do governo, custeou durante anos a Guerra, custeou o caos, e foi responsável pelo maior genocídio de que se tem conhecimento.
Ocorre que esse fato não foi registrado por quase nenhum livro de história, coincidentemente por ser contrário ao interesse daqueles que detinham o dinheiro, aqueles que ainda detêm o poder.
Depois de muitos anos grandes empresários e oficiais do exército alemão, italiano, entre outros, foram condenados pelo Tribunal Penal Internacional, pela prática de crimes de Guerra. Alguns civis foram condenados, por se aproveitaram da condição de Estado de Exceção para enriquecerem às custas do patrimônio das famílias judias assassinadas. As pessoas foram condenadas, mas os grandes Bancos permaneceram intocáveis.
Tal introdução foi feita para analisarmos os fatos históricos que envolveram a nossa República durante a ditadura, na relação com grandes empresários e veículos de mídia, em uma analogia válida sobre cometer delitos em tempos de Estado de exceção.
Houve mais de 20 anos de ditadura em nosso país, eu não vivi esse período, só sei que existiu, pois li muito sobre o assunto em diversos canais informativos.
Com o advento da internet e a facilidade de buscar informações, muito se difundiu sobre o apoio de grandes empresários e veículos da mídia à implantação da Ditadura em nosso país, especialmente a maior emissora de Televisão do país e seu proprietário.
São poucos os que detêm essa informação, e muitos os que não desejam que ela se espalhe e se torne parte da história. Foi durante a ditadura militar que o Sr. Roberto Marinho multiplicou milhares de vezes o seu patrimônio, e transformou a sua família na mais rica do Brasil, segundo a revista Forbes.
Não estamos falando de uma Guerra propriamente dita, mas a comparação é válida, uma vez que durante a ditadura o governo Militar comandava o país, assim como nas Guerras. Foram muitos os crimes cometidos nesses mais de 20 anos, quase não houve repercussão da mídia, até porque a única emissora de Televisão que sobrou àquela época não fazia questão de reproduzir conteúdo que denegrisse a imagem do Governo militar, pelo contrário, produzia conteúdos favoráveis ao governo, o que lhe era conveniente.
Coincidentemente a emissora de TV de Roberto Marinho se tornou a maior do país, tornando hegemônico o seu domínio no mercado de mídia e publicidade.
Anos depois com a onda democrática que se espalhava pelo mundo à fora, transformando as principais nações em repúblicas democráticas, o país se mobilizou e milhões foram às ruas exigir o fim da ditadura e “diretas já”.
Nada impediria que o país voltasse a ser uma democracia, nem a maior emissora de TV do País, que teve que se render à vontade do povo. Mas essa rendição não seria por muito tempo. Sendo dona de uma verdadeira máquina formadora de opinião de grande alcance, a Rede Globo de Televisão se utilizou de velhas artimanhas para escolher durante anos o candidato que queria que governasse o país, alguém que atendesse os seus interesses.
E assim elegeu 2 presidentes da República que governaram o país por mais de 10 anos, atendendo todos os interesses da plutocracia, ignorando os menos favorecidos. A mídia televisiva era a ferramenta ideal para entrar em milhões de lares brasileiros e “ajudar” o povo a pensar no que era o melhor para os seus interesses, e não no melhor para o país.
Imaginem uma pequena cidade, onde o único veículo de mídia é uma pequena estação de rádio, e todos os moradores a escutam diariamente. Agora imagine ser você o proprietário dessa estação de rádio e poder formular todo o conteúdo que deseja que seus ouvintes ouçam.
Quase toda informação que for levada ao ouvinte será absorvida e na grande maioria das vezes, mesmo que mentirosa, será tomada por verdade, transformando e moldando a opinião de quem as ouve.
Agora imagine que você é o dono de uma padaria naquela cidade, e que o dono dessa estação de rádio não é você, e sim um cidadão qualquer, também proprietário de uma padaria. Sendo ele o dono da estação de rádio poderia criar qualquer conteúdo, inclusive algum conteúdo publicitário que divulgasse a própria padaria.
Certamente muito mais pessoas ouviriam falar da padaria daquele cidadão do que da sua padaria. Agora imagine que a rádio reproduza notícias negativas sobre sua padaria, notícias falsas que têm o condão de afastar os seus clientes e direcioná-los à padaria do proprietário da rádio.
Mesmo que você e seus amigos e familiares saibam da falsidade das informações, a grande maioria que ouve a rádio não sabe, e essa ignorância de informação acaba influenciando aquele ouvinte a não comprar mais em sua padaria, mas só naquela em que o dono é o empresário também dono da rádio.
Você pode rebater as informações falsas e apresentar as verdadeiras, mas nunca terá o alcance que a rádio do outro dono de padaria tem, uma vez que ele é dono de uma “arma” com poder de destruição inimaginável.
É assim que essa emissora faz todos os dias com assuntos que não lhe convém, ela modifica fatos e cria situações visando atingir os seus interesses e de seus patrocinadores, nem que para isso ela tenha que destruir aqueles que não lhe apoiam, ou são contra as suas ideologias.
Durante décadas essa foi a realidade de nosso país, até que, felizmente houve uma mobilização da população e mesmo com apelo midiático, depois de anos no poder essa emissora perdeu seu domínio político, e não conseguiu impedir a ascensão ao poder de um Governo Popular.
Embora o Governo fosse popular, a mídia continuava sendo dominada pela classe alta, pela plutocracia, o que dificultava o acesso à informação fidedigna de tudo o que ocorria pelo país, e a evolução que ele vinha tendo.
O monopólio de informação em nosso país se resume a 5 famílias que controlam os principais veículos de mídia e, obviamente, tem programação conveniente com seus interesses.
Quando algum assunto é contrário aos seus interesses, principalmente se tratando do Governo do país, essas emissoras, que só objetivam lucro e não se sensibilizam com a sociedade em si, geram conteúdo negativando à imagem daquele.
Isso aconteceu nos últimos 3 governos do país e 2/5 do 4º, quando diariamente os veículos de comunicação falavam em “corrupção desenfreada” e imputavam toda responsabilidade a um partido político em especial, o que governava.
Aproveitando a carona com as manifestações populares pedindo o fim da corrupção, a rede Globo de televisão pregou o extermínio aos partidos populares, atribuindo a eles a responsabilidade por uma suposta crise instalada no país.
As manifestações passaram e a campanha da mídia contra o Governo, na tentativa de eleger um outro partido, conhecidamente voltado a atender os interesses da minoria, das classes ricas, falhou e o governo popular se manteve no poder.
O Governo resistiu bravamente com todas as forças, até que novamente essa mídia burguesa dominante, em ataque contra a democracia, orquestrado com auxílio do legislativo, retomou o poder político à força, implantando um governo de exceção, com um único objetivo, acabar com os privilégios e benefícios alcançados por um governo popular, que visava a redução da desigualdade entre classes sociais.
O 1º “gol” marcado por esse governo de exceção, o chamado gol contra, foi a PEC 241, que congelou os gastos públicos, determinando um teto para os mesmos. Logo em seguida veio o 2º gol contra, a lei 13.467, que alterou as Leis Trabalhistas, trazendo muitos prejuízos ao trabalhador, extinguindo diversas conquistas da classe menos favorecida.
O 3º gol contra, que fortuitamente foi anulado a tempo, depois da consulta ao "árbitro de vídeo", seria a “reforma da previdência”, cujo objetivo é encher os cofres públicos, aumentar o tempo de contribuição do trabalhador, impedindo que ele se aposente.
Mas não pensem que esse jogo terminou, estamos prestes a ser goleados, dia após dia entregamos nossas riquezas naturais ao mercado estrangeiro, normalmente aos EUA, privatizamos estatais, sofremos pressão para ceder às vontades burguesas, à espera de que o placar desfavorável ao povo aumente.
Se você me perguntar o que interessa para a rede Globo de televisão a reforma da previdência, por exemplo, vou responder objetivamente: para a Globo, em si, praticamente nada; agora para os empresários que a patrocinam, muito.
A Globo não faz caridade, não se importa com os pobres, quando faz programas sociais nem é ela quem os custeia, o Criança esperança é você telespectador quem financia, as reformas que o ex presidenciável Luciano Huck promove em seus programas são os patrocinadores que proporcionam, até o cultural BBB é você quem paga em cada ligação efetuada.
Essa emissora é tão poderosa que semeou o ódio a um partido político, a uma classe, a um presidente e você nem percebeu. Muitos de nós sofremos lavagem cerebral dessa emissora, e sequer temos culpa, não somos culpados por absorver informação, é condição do intelecto humano, até inconscientemente a absorvemos.
A culpa, como muitos têm percebido, é desse veículo gigantesco de mídia. Eu desafio você a encontrar um jornal, revista ou qualquer outra mídia do grupo Globo que tragam reportagens positivas sobre o Governo do PT, sem que haja críticas, e principalmente sobre o ex presidente Lula.
Não é possível que um governo com índice de aprovação de mais de 87% tenha mais notícias negativas do que positivas! (exceção abaixo)
A negativação difundida pela rede Globo sobre os partidos populares, em especial ao partido dos trabalhadores (PT) disseminou um ódio descontrolado em vários níveis sociais, transformando populismo em fascismo.
Pode perguntar a uma pessoa que não gosta do PT ou do ex presidente Lula, qual a razão para o desgosto, ou o ódio. Muitos não saberão responder, apenas dirão que eles roubaram o Brasil.
Não há argumentos, ou provas, há sim um enorme teatro em que os telespectadores, consequentemente cidadãos eleitores, se inseriram como plateia, aplaudindo de pé as encenações dos atores e protagonistas, Globo e suas ramificações.
Milhões de pessoas discutem política e compram briga com amigos e familiares que possuem opinião diversa, para defender ideologias que nem são suas, que na verdade são obra de manipulação dessa mídia plutocrata.
Dessa forma milhões de pessoas de classe média baixa, defendem ideais contrários aos grupos e classes sociais a que pertencem, ou elas acham que defender um governo de oposição aos interesses sociais dos menos afortunados é defender um governo voltado para eles?
O povo que defende um governo oposto aos interesses da população pobre não tem que economizar o salário para comprar um pacote de feijão, não enfrenta a fila do SUS, não depende de bolsa família. Esse povo tem aversão aos pobres, negros, homossexuais, esquerdistas, não quer dividir aeroporto com quem não usa roupa de grife.
Não concordo em rotular pessoas por seu interesse sexual, cor de pele, condição financeira ou posicionamento político, somos todos seres humanos acima de tudo, e não devemos alimentar nenhum sentimento de ódio por nossos semelhantes.
Se você é de classe média baixa, e preza pelos seus interesses, ou os de seus familiares e amigos, pense duas vezes antes de ir às ruas clamar por justiça e pedir a prisão de políticos apontados como ladrões pela mídia Global.
Os “heróis” que essa emissora quer empurrar nossas gargantas abaixo geralmente recebem propina, compram o silêncio de empresários e políticos, se envolvem com tráfico de drogas ou são acusados de mandar comparsas cometerem homicídios, inclusive de parentes.
Mas o herói maior, aquele que a mídia Global transformou em Deus, que até personagem de filme virou, esse senhor que veste toga e faz “justiça” sem respeitar às leis, esse não merece espaço aqui, muito menos que mencione seu nome, esse é um elemento que a história vai tratar como a bíblia tratou de Judas.
Termino esse texto de reflexão contando uma breve história de como aprendi que a democracia é o melhor remédio. Quando morava com meus pais e irmãos, diariamente à noite minha mãe perguntava sobre o cardápio do dia seguinte, havia uma votação e o prato mais votado era o escolhido.
Geralmente eu e meus irmãos, a maioria, escolhíamos arroz, feijão, fritas, bifes e ovos. Havia também a lasanha de frango, que era unanimidade, além de massa à bolonhesa. De vez em quando minha mãe colocava o famigerado Bucho de boi como opção, eu e meus irmãos odiávamos, mas sabíamos que a minoria, meu pai e minha mãe amavam, então abríamos mão e concordávamos com o prato.
Usei esse exemplo para demonstrar que até num governo popular, as minorias, como a classe média alta, devem ter seus interesses atendidos, até porque ela faz parte de um todo, e em um Governo ideal não podemos ignorar nenhuma classe que compõe a sociedade, devemos atender os interesses de todos.
Ocorre que o governo que a mídia quer que você defenda não é a maioria, é a minoria absoluta, e tão somente ela, esse governo fecha os olhos para a imensa maioria da sociedade, aquela que precisa do governo para poder ter uma vida digna.
“Cerca de 50 milhões de brasileiros, o equivalente a 25,4% da população, vivem na linha de pobreza e têm renda familiar equivalente a R$ 387,07 – ou US$ 5,5 por dia, valor adotado pelo Banco Mundial para definir se uma pessoa é pobre.”
Ignorar esses fatos e seguir com uma venda nos olhos, ou pior, fingir que está tudo bem para não dar o “braço a torcer”, é prejudicar a si mesmo, e prejudicar o nosso próprio país.
Não acho inteligente classificar políticos e o governo de Esquerda ou Direita, mas se um governo voltado para os interesses dos menos afortunados é chamado de um governo de esquerda, então é esse o Governo que irei defender.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Inversão de valores!

Hoje dia 9 de julho de 2014, um dia após a eliminação da seleção brasileira de futebol  na Copa do Mundo,
o país ainda "chora" e lamenta um dos maiores vexames da história do nosso esporte. Como todo bom brasileiro e ser humano normal, não gosto de perder, mesmo sabendo que se trata de um esporte. De nada adianta ser hipócrita e falar para você leitor, que fique indiferente com essa situação, que não sinta nada, quando na verdade EU odeio perder, quero ganhar sempre, apreciar o doce gosto da vitória. 
Poderia aqui discorrer em várias linhas sobre os motivos que nos levaram a esse fracasso estrondoso, transcrever as piadas que ouvi nas redes sociais, postar as montagens e imagens feitas por humoristas, mas vou deixar isso para 90% dos meios de comunicação que estão justificadamente pautando esse assunto. O futebol faz parte da vida do brasileiro, não há como negar isso, e a mídia correta e espertamente, faz uso disso para sobreviver. A Copa do Mundo gerou receitas consideráveis para o país e deixará um legado muito positivo para todos. Ao contrário da "maioria" eu fui a favor da Copa do Mundo no Brasil, a longo prazo colheremos os frutos que ela semeou. Sou cético em afirmar que se não fosse por ela, muitas obras de mobilidade urbana (que para ela foram construídas) não teriam saído do papel. 
Não escondo de ninguém que adoro praticar esportes, sobretudo o futebol em si. Além de praticar também gosto muito de assistir, no entanto nem por isso farei de hoje um dia trágico, usarei esse tempo para relatar problemas que na minha singela opinião são realmente relevantes para a sociedade. 
Há cerca de uma ano assisti um documentário do canal de TV por assinatura National Geographic, onde eram retratadas as condições sub-humanas em que as mulheres da Índia viviam, os abusos e atrocidades as quais eram submetidas. Já tinha certo conhecimento sobre isso, pois já havia lido algo aqui e acolá. A medida que o documentário era exibido, mais vontade me dava de fazer algo para ajudar a mudar esse cenário. Quando do fim do documentário um sentimento de raiva e ao mesmo de impotência fizera que, "por conveniência" fosse melhor eu esquecer aquilo, afinal o mundo não era perfeito, e cada país tem um cultura ímpar difícil de ser alterada. E assim deixei que um outro programa de televisão ocupasse meus pensamentos naquela noite.
Para minha surpresa no programa Fantástico da rede Globo, no domingo pós classificação da seleção brasileira de futebol à semi final da Copa do Mundo, onde o assunto predominante era a lesão do craque Neymar (que lamentei muito também), sobrou tempo para uma reportagem sobre o tratamento dado a mulher na Índia. Todo aquele meu ímpeto de fazer justiça moral, que havia esquecido, começara a voltar. Antes que a reportagem começasse, comentei com meus familiares que o tratamento que era dado as mulheres naquele país era revoltante, e que eles se impressionariam com ele.
Na Índia a sociedade é dividida em castas, em uma pirâmide onde os mais poderosos ficam no topo e os mais pobres na base. Assim como no Brasil, na Índia a imensa maioria da sociedade é formada por pessoas de baixa renda, no entanto lá isso tem um agravante muito sério no que tange à parte feminina dessa classe.
A mulheres indianas, que são lindas, enfrentam problemas sociais que nem deveriam passar pela cabeça de um ser humano que vive no século XXI. Elas são constantemente abusadas sexualmente, estupradas, violentadas pelo simples fato de serem mulheres de classe baixa. Casos de mulheres, e de adolescentes que tiveram seus rostos e corpos deformados por ácido jogado por homens, na tentativa de demonstrar superioridade.
Eu pergunto: que superioridade é essa? Isso é inferioridade em todos os sentidos. Inferioridade de neurônios, de respeito, de sentimentos, de racionalidade. Não tenho palavras para descrever o sentimento que fiquei ao ouvir novamente aqueles relatos.
Outro fato absurdo é o aborto de fetos do sexo feminino, muitas famílias abortam seus filhos por não terem condições de arcar com os problemas que envolvem a criação de uma mulher no país.
Todos os números sobre violência envolvendo as mulheres apresentados pela reportagem são alarmantes, cerca de seis mulheres são estupradas por dia, também foram registrados quase 300 casos de uso de ácido para violentá-las, somente em 2013. Há um ponto destacável na reportagem onde a repórter procura o advogado de uma adolescente que teve seu rosto deformado por ácido, para ouvir mais sobre o ocorrido. Perguntado sobre o caso ele disse que a adolescente tinha parcela de culpa, que ela havia contribuído com o que houve. Ela não devia andar sozinha pela rua, devia ficar em casa. Não preciso nem dizer que esse foi o estopim para a revolta de todos que acompanhavam a matéria.
No país em que a vaca tem mais valor que um ser humano, não podemos nos surpreender que a mulher seja considerada um problema social. Essa inversão de valores é ridícula, intolerável, chega a doer na alma.
Essa inversão de que falo, não está somente no absurdo de idolatrar uma vaca por ela ser uma vaca, enquanto uma mulher é apedrejado pelo simples fato de ser mulher. Essa inversão abrange muitos outros valores, é muito mais generalizada do que imaginamos. Essa inversão se dá quando apoiamos incessantemente uma campanha para escolher qual gol foi o mais bonito, ou qual uniforme nossa seleção deve usar. Questões fúteis, muito menores e que não são só exclusividade do futebol e de outros esportes, mas de várias áreas de entretenimento e lazer que devem ser preocupações secundárias, ou terciárias. Nos preocuparmos excessivamente com coisas de menor relevância e fechamos nossos olhos para situações que merecem a nossa total atenção. Já é passada a hora de mudarmos esse panorama, mudarmos as nossas atitudes, torná-las mais racionais, em prol da humanidade.
Sei que o lazer é um Direito de todo cidadão brasileiro, assegurado pela nossa Constituição. Se temos obrigações e deveres, também podemos usufruir dos nossos direitos! Não estou pregando que devamos tomar todo nosso tempo ocioso tentando salvar o Mundo, só não vamos usá-lo em coisas insignificantes aos olhos da racionalidade.
A ONU está ciente desses problemas e está intervindo para que eles sejam sanados. É notório que as Nações Unidas nos representam também, entretanto será que nós (subjetivamente) não podemos fazer algo para tentar sanar esse problema abominável? Às vezes pequenos atos somados a outros pequenos atos repercutem muito mais do que podemos imaginar!

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Peripécia

Na Grécia antiga, mais precisamente nos anais da famigerada tragédia grega, muitas histórias se perpetuaram e serviram de exemplo para a atual sociedade. As histórias de Aquiles, Hércules, Agamenon, entre outros personagens, sempre me fascinaram. Aliás, fora assim com qualquer história vinculada à mitologia grega (não nego uma infância de muitas e muitas horas reservadas para um desenho chamado "Os cavaleiros do zodíaco). 
Os gregos se utilizavam do termo "peripécia", difundido por Aristóteles para definir uma mudança radical na situação sob a perspectiva do correto em relação ao errado. Ou seja, um clássico exemplo de peripécia ocorre quando o herói de uma trama descobre que tudo aquilo que havia feito, que tudo aquilo pelo qual havia lutado, fora em vão, que aquilo que achava ser correto na realidade era errado.
Muitos de nós não somos heróis declarados, ou identificados com um emblema em nossas camisetas, no entanto sobreviver em sociedade está se tornando um tarefa digna de história em quadrinhos. Contudo não vou narrar aqui essas façanhas travadas no nosso cotidiano, deixemos para outra oportunidade.
Usei esse título para a postagem, pois quer fazer uma analogia não muito conexa, mas que provavelmente você entenderá. Muitas vezes fazemos, e continuamos fazendo coisas erradas, não porque queremos  ou sabemos que está errado (algumas vezes queremos e sabemos), mas porque alguém pediu ou ordenou que fizéssemos. Depois de fazê-las ficamos pensando se deveríamos ter feito, se era melhor ter ido contra esse pedido e ter deixado de fazer. Infelizmente aí é tarde demais, só resta lamentar.
Eu proponho uma discussão sobre os nossos atos corriqueiros sob uma perspectiva "tragicamente grega". Sabe aquela vontade de largar tudo que se está fazendo e sair viajando pelo mundo? Essa não é uma vontade exclusivamente sua, posso garantir que pelo menos metade das pessoas que você convive tem a mesma vontade. Apesar disso ser verdade, quantas dessas pessoas fazem isso? Nunca ninguém fez um estudo sobre isso, acho que não é um estudo suficientemente "idiota" para entrar nas estatísticas dos famosos estudos britânicos. Mesmo sem um prévio estudo, garanto que menos de 1% das pessoas faz realmente o que quer na vida.
Nós sabemos diferenciar o certo do errado, pois a sociedade pré estipula um conceito de ambos, e esses conceitos são um consenso quase unânime entre as pessoas. Eu também sou uma dessas pessoas, afinal minha profissão depende da expressão literal desse conceito, para executar meu trabalho me baseio nas leis às quais devem ser seguidas pela sociedade. Mas se alguns conceitos de certo e errado foram deturpados ao longo dos anos? Não falo da dicotomia do bem e do mal, provocada pelo antagonismo de seus significados, mas sim do desconhecimento de tudo que fazemos de errado achando estar certo, ou o contrário. Digo que está na hora de tomarmos atitudes condizentes com nossos desejos, de "chutar o balde".
Não peça licença para fazer o que quiser, simplesmente faça! Só não vá iniciar uma 3ª Guerra Mundial, saiba distinguir suas atitudes, desde que sua felicidade não comprometa a existência humana. (Hehe)
É claro que se essa iniciativa radical implicar em algo terrível para outra pessoa, é melhor que pensamos duas vezes antes de tomá-la. Lembre-se que no caso de um relacionamento amoroso, a felicidade de somente uma das partes não é correto. Portanto não hesite em acabar com algo que não lhe traga felicidade, pois esse é o propósito dessa ideologia.
*Quer ser uma estrela de Rock? Seja!
*Quer ser mãe aos 20 anos de idade? Qual o problema? Seu corpo provavelmente já está pronto para isso desde os 14 anos. "Tá maluco? Minha mãe me mata." (Certo, ela teve você uns anos depois, pois é, ela perdeu a chance de ter convivido com você por mais tempo.)
*Quer surfar as ondas em Pipeline? Tá esperando o quê? (Ah tá, dinheiro. Ok, nada cai do céu, você vai ter que batalhar para isso. Só não vá assaltar um banco!)
É justamente em razão dessa dúvida que cogito a possibilidade de muitos de nós, assim como nossos antepassados gregos e não gregos, estarmos vivendo uma espécie de peripécia do século 21. E se no final de sua vida, em seu leito de morte você der o clássico "olhar para trás" e se der conta que toda, ou parte de sua vida fora uma peripécia. E se existir um pós vida, onde aí sim saberemos de fato o porquê e para que nós existimos? E se nessa ocasião descobrirmos que o que fazíamos era totalmente contrário ao que a vida realmente nos propõe como ideal de certo, justo?
Ao final desse texto percebo o quão longe vou na análise de situações fáticas, sinto que por vezes começo a filosofar exacerbadamente. Que seja, pode ser que toda essa filosofia produzida em um "quarto desarrumado" sirva de inspiração para alguém um dia.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Casamento!

Me parece reacesa a vontade de homens e mulheres em contrair matrimônio e de constituir família sob os pilares fortes de um casamento! Essa faculdade, antes fadada ao esquecimento, se mostra cada vez mais forte na sua retomada de condição imprescindível da tradicional vida em sociedade, trazida dos séculos passados. O milênio que começou propulsionado com novas filosofias alternativas de vida, viu aos poucos seu cenário ser alterado culminando na recuperação gradativa de alguns valores humanos que até ontem eram irrecuperáveis. O casamento durante muito tempo teve seu conceito relacionado ao de instituição falida, porém hoje reescrevemos esse conceito, melhor voltamos a utilizar o velho e "ultrapassado" conceito.
Uma das mais importantes etapas da vida se resume a constituir família, e para isso deve-se escolher o parceiro ideal que possa ajudar a desempenhar essa gratificante tarefa. Independentemente da religião, ou até da ausência dela, o ser humano que visa formalizar a sua união com outra pessoa, o faz de maneira pública com total liberalidade e consentimento. Sendo assim, nada melhor que o faça em uma cerimônia cercada pelas pessoas que mais ama.
Na semana que se passou pude testemunhar que esse pensamento que aqui exponho, está novamente se tornando frequente entre as pessoas. Não só a ideia de casar, mas também de se tornar fiel ao companheiro, mostrando à sociedade de que essa é uma vontade uníssona e intocável. 
É provável que quem esteja lendo esse texto não tenha lido alguns anteriores de minha autoria. Pois bem, se não o fizeram deixo claro que apesar de ter sido batizado como católico, não me identifico com nenhuma religião, contudo tenho um profundo respeito por quem é devoto de alguma. 
O fato é que estava eu no altar de uma igreja ao lado de um padre e de outras pessoas celebrando a união religiosa de amigos por quem tenho muito carinho e apreço. Fiz isso com uma alegria e satisfação muito grande, pois fora escolhido pelo casal para os apadrinhar nessa nova etapa de suas vidas.
Enquanto estive ali ao lado deles passou em minha mente um pensamento que parece comum nessa situação, me imaginei na condição de noivo em vias de se tornar marido de minha mulher. É claro que com uma noiva diferente, não digo que a noiva que ali estava não fosse bonita e não tivesse muitas outras qualidades, mas ela já tinha encontrado seu parceiro perfeito. (Hehe)
Creio que assim como eu, muitos ali presentes fizeram essa suposição também. Alguns ficaram emocionados ao imaginar, outros levemente invejaram, e alguns tomados por um machismo momentâneo dirão que não pensaram em tamanha tolice. Convenhamos amigos que esse é um pensamento quase que inevitável, assim como é comum, guardadas as devidas proporções, quando imaginamos sermos nós a atração principal de um velório, o morto. No entanto aqui eu falo de uma etapa feliz de nossas vidas, não sobre o final dela. 
Embora me considere muito jovem no auge dos meus 27 anos e consequentemente assim me considere "novo" para contrair matrimônio, não posso deixar de ressaltar que esse pensamento não tem muito sentido ou relevância que possa ser defendido em um debate em prol do não-casamento. Quando digo que me considero "novo" para um casamento, não posso esquecer de que meus pais se casaram ambos com 25 anos, com dois anos a menos que a idade que hoje possuo. Prematuro? Talvez, mas para a sociedade em que eles viviam, que definitivamente não é a mesma em que vivemos hoje, era muito comum. 
Uma das frases mais clichês de todos os tempos talvez seja: "Para o amor não existe idade!". Mesmo que ela esteja difundida aos quatro cantos do mundo, até com uma conotação diversa daquela para qual foi criada, posso dizer que para o casamento, e especificamente esse que mencionei ter sido testemunha, ela é perfeitamente aplicável. Esse grande amigo casou com idade inferior a minha, e a felicidade que estampava em seu rosto não me deixara dúvida de que ele tomara a decisão correta. 
O grande pensador alemão Arthur Scopenhauer ficou mundialmente conhecido por ter posições muito definidas em desfavor do casamento, mas tinha pensamentos muito significativos em favor da felicidade, disse ele: "Quando a felicidade se apresenta devemos abrir-lhe todas as portas porque jamais foi considerada inoportuna." Verdade irretocável.
Quero dizer que quando encontramos a nossa "metade da laranja", a "tampa da panela", em suma; a pessoa certa, não há porquê esperar. É melhor nos arrependermos por termos falhado na nossa tentativa, do que nunca termos tentado. Não nos esqueçamos de que o amanhã é incerto, e se ficarmos dependentes dele, pode ser que ele nunca chegue. Está em nossas mãos iniciar a nossa própria família, bem como está em nossos dedos adiar uma eternidade ao lado de quem amamos. Sim o amor pode durar a eternidade, até depois da morte, foi por isso que a frase final dita pelo padre na cerimônia: "até que a morte os separe" foi substituída por; "todos os dias da nossa vida"! 

Dedico aos meus amigos Tadeu e Éllen! 

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

É tempo de viver

Muito embora seja um aficionado pelo mundo da ciência e suas explicações críveis, por vezes gosto de me utilizar da filosofia para começar um debate. Costumo fazer aos meus amigos um clássico questionamento que sempre me entristece. Pergunto: - Vocês já pararam para pensar como a vida é curta? Na maioria das vezes essa frase vem seguida de um olhar meio vazio. Em questão de segundos risos se misturam com outros sentimentos diversos, prontos para o desenrolar de um paradoxo. 
- Lá vem ele com aquele papinho. - dizem.
Essa reação é comum, e eu gosto dela, pois marca o ponto exato da transformação do assunto em pauta. Apesar das diferentes reações, é quase "uníssono" o silêncio que procede a minha seguinte observação: 
- Uma pessoa vive em média sessenta (60) anos de idade, ou vinte e dois mil dias (22.000). Transformem todos esses vinte e dois mil dias em riscos na parede de sua sala. Vá lá pode traçar os riscos, para cada dia um risco. Podem parecer uma infinidade de dias, mas se não for, ao menos é um bocado de riscos. Agora começamos a ver esse conjunto de rabiscos de um ângulo diferente. Em um simples exemplo, se você está lendo isso é porquê é alfabetizado. O processo de alfabetização de uma criança (em tese) começa aos 7 anos de idade. Então você que lê esse texto já vivestes no mínimo 2.555 dias. Assim riscamos um traço em diagonal sobre esses 2.555 dias (riscos), bem como os presos fazem na penitenciária, como normalmente é visto nos filmes. 
É amigo, acabamos de subtrair mais de 10% da nossa estimativa de tempo de vida. Não foram dias perdidos, porquê os vivemos é claro, mas estou analisando sobre uma perspectiva puramente matemática. Nada que não possa ser checado com uma simples calculadora. 
Agora vamos ampliar a abrangência dos cálculos, demonstrar o nosso "tempo" de vida de uma forma mais simplificada. Como qualquer outra pessoa você dorme. Um sono considerado ideal teria a carga horária de 8 horas. Ou seja, um terço do dia que contém 24 horas. Resumindo um terço de nossa vida nós passamos dormindo. Dessa forma teríamos um aproveitamento de 66,66 % da nossa vida. Nos restariam somente cerca de 14.600 dias. Desse restante se subtrairmos os primeiros 5 anos de idade 1.800 dias, os quais dificilmente recordamos e não contamos em nossa memória de vida. Então teríamos 12.800 dias aproveitáveis. 
Agora supomos que desde os 16 anos de idade você trabalhe 8 horas por dia, durante 5 dias por semana, e que seu trabalho não lhe proporcione nenhum tipo de lazer. Assim durante seu trabalho teríamos um período em que você não desfrute da vida, não vive. Em um ano nós trabalharíamos em 71% dos dias, em 44 anos nos daria um total de 3.800 dias, aproximadamente. Passamos então a descontar o somatório de  dias, que seriam trabalhados nesse período, dos 12.800 dias que restavam. Simples, 12.800 dias menos 3.800 dias = 9.000 dias.
Uou! Aquela parede cheia de traços únicos foi reduzida significativamente, já não nos parece mais ser infinita. 
Acabamos de perceber que só temos "9.000 dias de vida". E você ainda tá aí lendo isso em vez de aproveitar a vida?

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Más influências

Observe as atitudes de uma criança ao ver um adulto fazer algo que parece ser divertido. Certamente essa criança tentará imitá-lo, ou ter uma atitude semelhante. Ela faz isso por instinto, para agradar, para continuar o que lhe aparenta ser correto, tomar aquele exemplo como o a ser seguido. 
Assim como as crianças no mais visível dos exemplos, os adolescentes e adultos também moldam a sua conduta baseada no comportamento alheio, ao qual consideram o mais adequado. Por isso que na maioria das vezes ao se analisar o perfil de um indivíduo "A", encontramos inúmeros parentes e amigos que tenham o perfil parecido, possivelmente os fornecedores das características de personalidade adotadas por esse indivíduo. Seriam, ou são as más influências que levam as pessoas de boa índole a tomarem atitudes consideradas condenáveis aos olhos da sociedade?

Muitas pessoas são "facilmente influenciadas", acabam aceitando algumas opiniões alheias, mesmo que absurdas, como sendo verdades. Assim uns se aproveitam da fragilidade das outras pessoas para promover seus interesses pessoais. Mais uma vez os mais fortes superam os mais fracos, não só fisicamente, mas também psicologicamente.Quem nunca ouviu o famoso provérbio popular "Me diga com quem andas, que te direis quem és."?

É errado fazer um maniqueísmo social? Mesmo quando a única coisa que parece ter sentido é separar o joio do trigo, o bom do mau? O mau político é uma má influência? O bom político é uma boa influência? Pergunta-se ou afirma-se? Quem seria o bom político? É aquele que pensa no povo como um todo, ou é aquele que visa agradar somente seus eleitores? Questões com respostas tão simples, mas de difícil entendimento. Eis que nos surge a figura do oxímoro!

Assim funciona em toda a sociedade, independentemente do segmento no qual está inserido o indivíduo. O mau jogador de futebol é uma má influência? O bom jogador de futebol é uma boa influência? O cão que defeca em público é uma má influência para os demais cães? Ou o dono que não recolhe as fezes que é? Talvez os dois sejam, mas somente um tem consciência da ação cometida! Só sabemos o que é certo, pois temos noção do errado. Sabemos o que é bom, pois também conhecemos o que é ruim.

É impossível ignorar o fato de que as más influências são responsáveis pelo comportamento paralelo, contudo não é o fator preponderante para justificá-lo. Muitas vezes culpamos determinadas pessoas para absolver outras. Creditamos o erro de alguém na conta de quem sequer sabia que o que estava fazendo era errado. Fácil imputar a responsabilidade da ação de alguém por quem respondemos, nas "costas de outro", principalmente porque não enxergamos, melhor, não queremos enxergar nossos erros, nossas omissões.

Na contramão das más influências encontramos as boas influências. Em tese num ambiente sadio (sem teor agressivo ao ser humano), é grande a probabilidade de que não haja nenhuma espécie de conduta antimoral. Sendo assim, como na "teoria do nunca visto, impossível de descrever", quando uma criança é criada nesse ambiente, torna-se inclinada a seguir a conduta daqueles que o integram. Em tese, digo em tese, pois existem as exceções, não há porquê temer um desvio de conduta capaz de torná-la um mal exemplo, consequentemente uma má influência.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Religião

No mês passado acompanhamos impotentemente mais um capítulo da barbárie humana que assombra o século XXI. Um grupo de terroristas fortemente armados invadiu um Shopping no Quênia provocando um verdadeiro massacre. Matando dezenas de pessoas e ferindo outras tantas. O motivo aparente, além da insanidade dos indivíduos, foi religioso. O grupo entrou no Shopping disparando e começou a matar aqueles que não sabiam responder perguntas relacionadas ao islã. Talvez seja esse um caso isolado, que dificilmente se repita, mas não, assassinatos assim são frequentes. É por existirem diversos casos como esse que pergunto; qual a maior finalidade de uma religião?

Muitos provavelmente já me condenaram precocemente e consideraram um "pecado" eu levantar esse simples questionamento. Contudo vou apontar alguns argumentos que considero relevantes. Não vou aqui colocar em cheque a história das religiões, e principalmente a origem dos deuses que as representam. Essa é uma questão que deixarei para os pesquisadores da história da humanidade e da ciência responderem. Quem sabe os dois em conjunto não o façam.

Apesar de movimentar milhões e milhões de pessoas ao redor do mundo, a religião vem perdendo seu prestígio com o passar do tempo e a difusão de seus princípios já não ocorre mais com tanta frequência quanto na remota época das Cruzadas, ou no início do século passado. Os números não deixam dúvidas, na última década o número de pessoas que consideram não integrar nenhuma religião aumentou significativamente. Foi multiplicado inúmeras vezes, enquanto as maiores religiões do mundo traçam um caminho contrário, perdendo seu "fiéis". 

Muitos escândalos envolvendo as religiões, tais como: abusos de menores, enriquecimento ilícito, homicídios e estelionato, não raramente estampam os jornais Brasil à fora. Com a credibilidade em baixa os responsáveis pelas religiões predominantes tentam desesperadamente reerguer suas instituições, que dão claros sinais de falência.

O interessante é que dentre os milhões que dizem não ter nenhuma religião existe um grande percentual que afirma não se considerar ateu. Por mais que elas não tenham uma religião, a maioria acredita sim existir uma força superior, porém não acreditam que ela possa ser vinculada a algo criado pelo ser humano.

Não cabe a mim julgar se é correto ou não o fenômeno do abandono da religião, porém é inegável que a globalização e o acesso a informação instantânea foram os principais motivos que o impulsionaram. Ouvir diariamente notícias provenientes do oriente médio, onde centenas de pessoas perdem a vida em guerras motivadas pela religião, foi um dos motivos que abriu os olhos das pessoas quanto a ignorância ou não da religião. Como encontrar algum fundamento racional em tais atitudes? Tenho a leve impressão de que é esse um dos motivos, senão o principal, para que esse fenômeno aconteça.

O comediante, apresentador e escritor americano Bill Maher, foi um dos produtores do documentário "Religulous", que trata de uma forma leve e irreverente as maneiras de ver a Religião. É um posicionamento interessante, onde o produtor faz um breve apontamento das questões históricas relacionadas a religião. Vale a pena assistir.