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quarta-feira, 24 de julho de 2013

A finalidade precípua da vida

Durante milhões de anos, desde que os dinossauros e demais animais já extintos habitavam a Terra, o homem repete o seu ciclo de vida. Muitos se perguntam qual a finalidade da vida? Se existe vida após a morte? Para aonde vão aqueles que já nos deixaram?
Todas essas perguntas são realmente muito difíceis de se responder. Alguns procuram as respostas dentro de uma religião, outros a procuram dentro de seus relacionamentos humanos. Eu prefiro procurá-las dentro de um campo mais amplo, o campo da ciência. Os maiores mistérios que cercam a ciência em todos os seus sentidos, são inerentes a fenômenos naturais, as coisas que acontecem na natureza e não sabemos o porquê. O que podemos responder diz respeito a aquilo que nossos olhos podem ver, o que nossas mãos podem tocar, tudo o que podemos "comprovar" através de um estudo.
Todos sabemos que o ciclo natural do ser humano se resume ao nascimento, crescimento, a reprodução, o envelhecimento e por fim a morte. Quando por vontade própria, ou contra nossa vontade deixamos de cumprir nosso ciclo, estamos deixando de executar o plano maior, a finalidade para qual fomos inseridos no mundo.
Na natureza o ciclo ocorre de diversas formas diferentes. A chuva, que para muitas culturas simboliza a fertilidade, possui um ciclo facilmente compreendido. A semente que cai na terra e faz brotar a árvore, é a mesma que de uma outra árvore se originou, quando do crescimento de seus frutos. E ao falarmos da semente, causa espanto aos leigos a maneira como algo tão distinto quanto uma semente pode originar uma planta tão incrível quanto uma árvore! Como explicar o crescimento de uma árvore partir de uma pequena parte de um fruto? Como ela pode se tornar algo tão grandioso? De que forma suas células se multiplicam alterando a sua forma física? Todas questões restritas a apenas um único tema tão comum. 
É essa árvore também, a responsável por um outro ciclo fundamental para o ser humano. É ela quem renova o ar que respiramos, ela é quem promove a transformação do gás carbônico em oxigênio. 
Da mesma forma que os recursos naturais o tempo também possui um ciclo "repetitivo". Embora ele percorra uma linha contínua em direção ao infinito, é a contagem das suas frações que possibilita com que aqueles que a ele se submetem se orientem. O minuto se repete a cada sessenta segundos, a hora se repete a cada sessenta minutos, e o dia se repete a cada vinte e quatro horas. O tempo também abrange o clima, que se repete em um ciclo de sete dias. As estações sempre separadas pelas características de temperatura e de condições climáticas, repetem-se a cada nove meses. A junção de todos esses fatores compõem o ambiente em que vivemos, e assim definimos o tempo.
Grande parte  desses ciclos continuam renovando-se constantemente, ocorrem na natureza sem a interferência humana. Por outro lado alguns sofrem mudanças provocadas pelo agir do homem. Quando alteramos um desses ciclos, os demais são atingidos direta, ou indiretamente, tendo seus reflexos bem visíveis.
Toda alteração provocada em um determinado ciclo, resulta na alteração de um outro ciclo. Quando nos perguntamos a finalidade precípua do ser humano, me parece um tanto quanto crível que ela seja a do cumprimento de nosso ciclo. Qualquer ausência, ou supressão de uma das fases do ciclo, configura o não êxito dessa finalidade.
Tudo leva a crer que nós também chegaremos à fase final de nosso ciclo sem saber o motivo pelo qual o iniciamos. Uma morte antes do crescimento, ou até antes do nascimento é com certeza uma supressão de fases. É esse tipo de acontecimento que origina uma série de questões relacionadas a vida. E quando não podemos completar o nosso ciclo, qual seria o real sentido de existirmos?
Talvez seja esse o verdadeiro sentido da vida, não permitir a resposta das maiores perguntas que podem ser feitas.

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